Partido Liberal determina processo disciplinar contra Menezes após ofensas ao deputado Alberto Neto
Brasil – O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, emitiu uma ordem hoje para que o diretório municipal do partido instaure um processo ético-disciplinar contra o filiado Alfredo Menezes Júnior, coronel reservista e amigo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi tomada após Menezes ter chamado o deputado federal Alberto Neto de “judas” devido ao seu voto contra a reforma tributária.
A determinação de Costa Neto é clara ao exigir que o procedimento seja iniciado imediatamente e indica a necessidade de investigar e punir eventuais excessos cometidos pelo militar da reserva, destacando uma suposta violação dos deveres partidários.
A instrução para que o diretório do PL em Manaus tome providências contra Menezes ocorreu menos de 24 horas após o mesmo ter proferido insultos contra o deputado federal Capitão Alberto Neto, que é membro do partido. A intenção do coronel reservista foi rotular o parlamentar como traidor e “sem palavra”, visto que Menezes almeja disputar a prefeitura de Manaus em 2024.
No entanto, o voto de Alberto Neto foi realizado de acordo com a orientação do próprio partido. Aliás, a decisão contrária à reforma tributária foi resultado da pressão exercida por Bolsonaro sobre a bancada de seu partido.
Durante sua live semanal, transmitida todas as terças-feiras, Menezes comentou sobre seu posicionamento em relação à aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. Foi nessa ocasião que ele chamou o correligionário de traidor.
“Em nenhum momento elogiei Omar [Aziz] e fui contra Bolsonaro, mas sim elogiei a articulação do governador Wilson Lima junto à bancada. Já o nosso amigo [referindo-se a Alberto Neto] não apenas traiu a bancada, mas também o governo, o Amazonas e seus colegas. A bancada estava unida e então surgiu o ‘judas'”.
Entre os oito deputados do Amazonas, Alberto Neto foi o único a votar contra a reforma, mantendo sua palavra e postura não apenas ao posicionamento do Partido Liberal sobre a pauta, mas sobre os danos que uma reforma tributária orquestrada pelo Partido dos Trabalhadores terá ao longo do tempo nos bolsos do povo brasileiro.
A maior parte dos parlamentares do Amazonas confiaram na promessa de preservação da Zona Franca e votaram a favor de uma reforma que aumenta a carga tributária e prejudica o setor de serviços, que é o maior empregador do país, além de mecanismo controversos como o IPVA ecológico e o Conselho Federativo. De nada adianta ter a Zona Franca se a economia não estiver funcionando e o dinheiro não estiver circulando. Os efeitos dessa decisão poderão ser vistos nos próximos anos.