CORRUPÇÃO: PF investiga Anderson Sousa por desvios na Saúde de Rio Preto da Eva; veja vídeo
Amazonas – A Polícia Federal lançou nas primeiras horas desta quinta-feira uma ação determinante na cidade de Rio Preto da Eva, intitulada Operação “Emergência 192”, com o objetivo de apurar desvio de recursos públicos e fraudes em contratos relacionados à aquisição de medicamentos hospitalares e de uma ambulância no ano de 2020.
O desenrolar da operação, que mobiliza 25 policiais federais, culminou na execução de cinco mandados de busca e apreensão em locais previamente identificados durante as investigações. As suspeitas recaem sobre a Prefeitura de Rio Preto da Eva e envolvem o presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), Anderson Souza. Outra pessoa que também seria alvo da operação, é presidente da Câmara Municipal de Rio Preto.
A investigação teve origem a partir de denúncias que inicialmente questionavam a eficácia terapêutica dos medicamentos adquiridos por meio de dispensa de licitação. As suspeitas aumentaram quando surgiram indícios de irregularidades na empresa contratada, cuja atividade principal não está relacionada ao setor hospitalar, mas sim ao comércio varejista de materiais de construção.
As revelações durante a investigação apontaram para um possível conluio, já que as propostas das empresas nas licitações continham semelhanças textuais e erros ortográficos idênticos, sugerindo um acordo prévio para manipular o resultado dos processos licitatórios.
Além disso, ficou evidente que os sócios das empresas concorrentes mantinham relações pessoais e de confiança, incluindo relações afetivas e procurações outorgadas. Essas relações indicam a possível falta de competitividade e isenção nos processos licitatórios. Ainda, os sócios das empresas investigadas possuíam vínculos políticos e pessoais com outros sócios das empresas sob investigação e já haviam ocupado cargos na Prefeitura de Rio Preto da Eva em algum momento.
A análise dos dados financeiros revelou saques fracionados e transferências suspeitas nas contas bancárias das empresas envolvidas, imediatamente após os pagamentos efetuados pela Prefeitura.
As medidas cautelares de busca e apreensão buscam obter elementos que comprovem a prática dos crimes investigados, bem como aprofundar a investigação sobre o destino dos recursos desviados. Em conjunto, as penas dos crimes de fraude à licitação, peculato (desvio de recursos públicos) e associação criminosa podem ultrapassar 19 anos de reclusão.
Além das buscas e apreensões, a operação resultou na apreensão de três armas de fogo, munições, documentos, aparelhos eletrônicos e artigos de luxo.