Pastor Eli Borges deve liderar Bancada Evangélica no lugar de Silas Câmara
Brasil – No próximo dia 7 de fevereiro, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional verá uma mudança significativa em sua liderança. O deputado Eli Borges (PL-TO), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), assumirá o comando da bancada, substituindo Silas Câmara (Republicanos-AM). A cerimônia de transição será marcada por um culto de Santa Ceia no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, às 8h da manhã.
Atualmente composta por 202 deputados federais e 26 senadores, totalizando 228 membros, a Frente Parlamentar Evangélica abrange 15 partidos, mas apenas 26 membros são considerados aliados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sob a liderança de Silas Câmara, que é classificado como independente, a bancada evangélica tem se destacado como uma força política relevante.
A transição de liderança fortalecerá a posição de oposição da bancada evangélica, especialmente em meio a atritos recentes com o governo devido à suspensão da norma que concedia isenção fiscal a líderes religiosos pela Receita Federal. O novo presidente, Eli Borges, promete manter o debate sobre esse tema, destacando que não se renderá aos “caprichos palacianos”.
Em relação à pauta da bancada, Borges afirmou que manterá os mesmos princípios defendidos no primeiro semestre de 2023, quando esteve à frente da bancada. Questões como vida, liberdade, família nos moldes judaico-patriarcais, oposição à descriminalização da maconha e filantropia continuarão sendo foco de sua atuação. Além disso, o deputado pessoalmente defenderá a redução da maioridade penal.
O retorno de um congressista bolsonarista ao comando da Frente Parlamentar Evangélica não é visto com preocupação pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que faz parte da bancada. Ela espera que a inclusão social seja uma prioridade na lista de demandas da bancada, alinhando-se aos projetos do governo Lula.
A pesquisa PoderData realizada em dezembro de 2023 revela que mais da metade do eleitorado que se identifica como evangélico considera o governo de Lula “pior” que o de Bolsonaro. Além disso, o Governo Lula está perdendo apoio dos católicos. O governo finalizou o 1º ano de seu 3º mandato aprovado por 56% do eleitorado católico. A taxa recuou 6 pontos percentuais em relação ao início da administração, quando o petista era aprovado por 62%.
Situação de Silas Câmara
O julgamento do deputado Silas Câmara, marcado originalmente para a última quarta-feira, 24, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foi adiado e agora está previsto para acontecer na quarta-feira, 31. Nesse processo, o parlamentar enfrenta acusações de captação e gasto ilícito de recursos financeiros durante a campanha eleitoral de 2022, o que poderia resultar na perda de seu mandato na Câmara Federal. As acusações específicas incluem despesas relacionadas ao fretamento de aeronaves no estado do Amazonas, totalizando um valor superior a R$ 396 mil.