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“O PIX caiu, mas não na conta dos trabalhadores da saúde”, denuncia Wilker Barreto sobre pagamento milionário à OS no AM

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Amazonas – Em um vídeo divulgado nesta quarta-feira (4), o deputado estadual Wilker Barreto fez duras críticas à gestão da saúde pública do Amazonas após o pagamento de R$ 31 milhões à Organização Social (OS) AGIR. O repasse foi realizado logo após uma decisão judicial que permitiu à OS manter a administração do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e do Instituto da Mulher Dona Lindu.

“Quando eu digo que tem algo errado, os atos falam por si. Ontem, com a decisão judicial retomando o contrato da OS, o governo pagou rapidamente R$ 31 milhões. Mas os fornecedores dessas unidades continuam sem receber. Se tem dinheiro para a OS, como não tem para normalizar os serviços já contratados?”, questionou o parlamentar.

Barreto também afirmou que a secretária estadual de Saúde, Nayara Maksoud, mentiu em uma audiência na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), ao negar que o contrato com a AGIR já estivesse assinado. “Ela enganou os deputados estaduais e, agora, precisamos de uma resposta clara. É a saúde pública que está em jogo”, declarou.

Críticas às OSs e apelo ao Ministério Público

O deputado não poupou críticas ao modelo de gestão por Organizações Sociais (OSs) e chamou a atenção para o caos que isso já causou em outras localidades. Ele citou o município de Lábrea, onde uma OS devolveu a administração hospitalar após uma crise que impactou o atendimento à população.

“As OSs representam, para mim, o fim da saúde pública no Amazonas. Olhem o que já aconteceu em outros hospitais geridos por essas organizações: foi só problema. Convoco os profissionais da saúde, médicos, enfermeiros, técnicos, e até empresários, para não permitirem que isso aconteça com a saúde do nosso estado”, enfatizou.

Barreto também pediu a intervenção do Ministério Público, lembrando que a instituição já havia recomendado ao governo, em fevereiro deste ano, que não avançasse com contratos com OSs devido às irregularidades identificadas.

Decisão judicial e polêmica

O pagamento milionário à AGIR ocorreu após a juíza Etelvina Lobo Braga, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Manaus, suspender os efeitos de uma decisão do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM). A conselheira Yara Lins havia determinado a anulação do contrato com a OS, apontando possíveis irregularidades no processo licitatório.

No entanto, a magistrada considerou que a suspensão poderia comprometer os serviços prestados pelas unidades hospitalares, que são essenciais para a população da capital. Assim, a AGIR retomou a administração do Hospital 28 de Agosto e do Instituto Dona Lindu, em meio a um cenário de incertezas e denúncias.

A decisão polêmica evidenciou tensões entre os poderes Executivo, Judiciário e órgãos de controle no Amazonas. Enquanto a Secretaria de Saúde argumenta que a OS pode trazer melhorias na gestão hospitalar, políticos como Wilker Barreto e outras autoridades, questionam a falta de prioridade nos pagamentos atrasados e a transparência no uso dos recursos públicos.

“O PIX caiu, mas não foi na conta dos trabalhadores da saúde. A população do Amazonas precisa de respostas e, mais ainda, de uma saúde pública que funcione. Essa luta é de todos nós”, concluiu o deputado.

Veja o vídeo:


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