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Mais um show caro: Prefeito de Tefé contrata Simone Mendes por R$ 900 mil em meio à calamidade

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Amazonas – Enquanto o município de Tefé enfrenta uma crise de proporções alarmantes, marcada por estiagem e queimadas que afetam diretamente a vida da população, o prefeito Nicson Marreira parece ter outras prioridades. O gestor acaba de firmar contratos no valor total de R$ 2.150.000,00 (dois milhões, cento e cinquenta mil reais) para contratar artistas de renome, como as cantoras Simone Mendes e Pablo, além do cantor Marcynho Sensação, para a 22ª Festa da Castanha, prevista para acontecer em maio deste ano.

A polêmica contratação foi divulgada nesta quarta-feira (22) no Diário Oficial dos Municípios do Estado do Amazonas, e logo gerou indignação entre os moradores e setores da sociedade que questionam a urgência e a necessidade de destinar valores tão altos para shows, enquanto o município enfrenta um cenário dramático, com a estiagem e os impactos das queimadas no estado de emergência. O valor de R$ 900 mil foi destinado a Simone Mendes, mesma quantia paga ao cantor Pablo, e R$ 350 mil ao cantor Marcynho Sensação. Um total de R$ 2.150.000,00 será desembolsado em plena crise, o que gera uma série de questionamentos sobre a verdadeira “prioridade” da gestão de Marreira.

Confira os documentos:

 

Gastos Exorbitantes em Meio a uma Emergência

É importante lembrar que o município de Tefé está sob decreto de emergência devido aos efeitos da estiagem e das queimadas, que têm afetado 32 portos do Amazonas, incluindo o próprio porto de Tefé, conforme reconhecido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A falta de recursos para lidar com a crise ambiental, o atraso em medidas de contenção e os desafios de infraestrutura colocam em risco a saúde pública e a segurança dos moradores. E enquanto isso, o prefeito parece mais preocupado em garantir que artistas nacionais cantem para um público restrito, em vez de destinar esses recursos para ações que realmente tragam melhorias para a população em situação de vulnerabilidade.

As contratações ocorreram com dispensa de licitação, o que aumenta ainda mais a estranheza do episódio. A justificativa para os gastos exorbitantes, em um momento em que a cidade enfrenta sérias dificuldades, não foi claramente explicada pelo prefeito, que se omitiu publicamente sobre o tema.

“Compromisso com a transparência”?

Em nota, a assessoria do prefeito afirmou que Nicson Marreira não tem um posicionamento oficial sobre o assunto, mas “reforça o seu compromisso com a transparência e a responsabilidade na gestão dos recursos.” Contudo, a população parece cada vez mais cética quanto a essa promessa de “responsabilidade”. Afinal, como justificar a escolha de gastar milhões com atrações musicais, enquanto a cidade sofre com problemas estruturais e ambientais urgentes?

Enquanto o prefeito se esquiva de prestar esclarecimentos mais profundos, as ruas de Tefé continuam a clamar por soluções reais, enquanto a festa se aproxima e os contratos milionários são firmados. A prioridade do prefeito é clara, mas para quem vive em Tefé, a questão é: quem realmente vai se beneficiar disso?

O evento está programado para ocorrer de 1º a 4 de maio, e, enquanto a população espera respostas, o prefeito segue com sua “gestão de festa”, que para muitos, beira a irresponsabilidade, em um momento onde a cidade pede socorro.


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