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‘Ligações Perigosas’: íntimo da prima de Roberto Cidade, Durango Duarte divulga pesquisa que favorece candidato à prefeitura de Manaus

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Ligações Perigosas: íntimo da prima de Roberto Cidade, Durango Duarte divulga pesquisa que favorece candidato do União Brasil

Amazonas – As eleições de 2024 em Manaus estão cada vez mais envoltas em suspeitas de interferência política e conluio entre grandes nomes do cenário eleitoral. Durango Duarte, conhecido empresário e dono da agência de publicidade Red e da empresa de pesquisas Perspectiva, está no centro de uma nova polêmica ao ser flagrado em uma rede de relações suspeitas que, segundo acusações, favorecem diretamente Roberto Cidade, candidato do União Brasil à Prefeitura de Manaus.

Durango, que mantém contratos milionários com o Governo Estadual e tentou firmar um outro de 10 milhões com a Câmara Municipal de Manaus (CMM), com a ajuda do presidente da Casa, Caio André, aliado de Cidade, agora está sob suspeita de possivelmente usar suas empresas para manipular a percepção pública. Segundo a última pesquisa divulgada pela Perspectiva, a popularidade de Roberto Cidade cresceu significativamente desde o início do pleito, saltando de 13,5% no início da campanha para 20,9%, o que o coloca em segundo lugar e apto a disputar um possível segundo turno.

Essa escalada súbita nas pesquisas gera desconfiança, especialmente após Durango Duarte ser visto em uma foto ao lado de Adriana Cidade, prima de Roberto Cidade, e de Vanderlei Alvino, presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (IDAM), ambos com ligações estreitas com o candidato. O casal, que inclui Adriana e Alvino, desempenha papéis chave no governo, alimentando especulações de uma colaboração para promover a candidatura de Cidade.

Contratos Suspeitos

Paralelamente, Durango Duarte continua sendo uma figura influente nas estruturas de poder de Manaus. Entre 2021 e 2024, a Agência de Interatividade e Marketing Ltda (iMarketing), de propriedade de Duarte, embolsou mais de R$ 35,3 milhões dos cofres públicos, com destaque para os R$ 12,1 milhões recebidos apenas em 2023, o ano mais lucrativo para a empresa.

Em 2024, a iMarketing já recebeu R$ 6,4 milhões da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), e, apesar de todas as polêmicas, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) permitiu a continuidade de uma licitação de R$ 19 milhões, que haviam sido anteriormente suspensos por suspeitas de irregularidades e direcionamento para favorecer a empresa de Durango. A licitação de serviços de “planejamento, desenvolvimento e execução de soluções de comunicação digital” foi especialmente controversa porque a iMarketing já tinha um contrato vigente de R$ 14,2 milhões anuais para o mesmo serviço.

Essas movimentações levantam questionamentos sobre a imparcialidade das pesquisas eleitorais conduzidas por empresas ligadas a Durango e sua proximidade com figuras estratégicas da campanha de Roberto Cidade, visto que o presidente da ALEAM é um dos personagens pilares que compõe o grupo aliado da alta cúpula do Executivo Estadual.

Escândalo em Parintins

O cenário eleitoral ficou ainda mais turbulento com a divulgação de um vídeo comprometedor, que sugere a existência de um esquema articulado por altos membros do governo estadual para interferir nas eleições municipais de Parintins e Manaus. O vídeo, que está sendo investigado pela Polícia Federal, foi divulgado após uma denúncia da coligação de Mateus Assayag (PSD), concorrente em Parintins.

No conteúdo, líderes políticos discutem o uso de forças policiais, grampos telefônicos e até a manipulação de fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) para beneficiar os candidatos Brena Dianná (União Brasil) em Parintins e Roberto Cidade em Manaus. A residência de Adriana da Cunha Cidade, prima de Roberto Cidade, presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), localizada no bairro Castanheira, em Parintins, a 369 quilômetros da capital, serviu como centro de operações para planejar interferências nas eleições municipais de 2024.

Operação Tupinambarana Liberta

Diante das revelações, a Polícia Federal deflagrou a Operação Tupinambarana Liberta, com o objetivo de desmantelar o esquema criminoso e garantir a integridade do pleito eleitoral. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Manaus e Parintins, com agentes federais investigando a conexão entre líderes comunitários ligados a facções criminosas e autoridades públicas envolvidas no esquema. A operação busca assegurar que as eleições ocorram de forma justa e sem a interferência de práticas ilegais.

A investigação identificou o uso de forças policiais para coagir eleitores e monitorar adversários, além de ações para desestabilizar candidaturas opositoras por meio de intimidação e violência. Entre as táticas reveladas no vídeo, destaca-se o uso de grampos telefônicos para monitorar adversários políticos, bem como a tentativa de influenciar eleitores com a compra de votos.

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