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“Esquerda do AM em crise”: após ser expulso, ex-presidente do IAJA acusa Anne Moura de desviar recursos públicos

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Amazonas – Uma polêmica envolvendo a esquerda amazonense veio à tona nesta terça-feira (17), após o ex-presidente do Instituto de Articulação de Juventude da Amazônia (IAJA), Marcos Jeremias dos Santos Rodrigues, tornar públicas graves acusações contra Anne Karollyne Moura de Souza, atual liderança do instituto. Marcos, que foi recentemente expulso da organização, denuncia o que classifica como desvio de recursos públicos, fraude na execução de projetos e a manipulação de recursos captados através de projetos culturais.

Em uma nota de repúdio divulgada nas redes sociais, Marcos Rodrigues acusou Anne Moura de ser a principal responsável pela utilização indevida dos recursos provenientes de projetos financiados por órgãos públicos. Segundo Marcos, a ex-co-fundadora do IAJA estaria utilizando a estrutura do instituto e seus projetos como “pano de fundo” para beneficiar empresas e CNPJs de sua confiança, além de desviar verbas públicas para fins políticos pessoais.

A acusação de desvio de recursos e “pejotização”

Rodrigues relatou que, ao assumir a direção do IAJA em 2020, a pedido de Anne Moura, começou a perceber práticas irregulares relacionadas à gestão financeira do instituto. De acordo com a denúncia, após a liberação de recursos para projetos culturais, Anne Moura e sua assessora financeira, Aline Rocha, teriam o orientado a fazer repasses financeiros para empresas “parceiras”, cujos CNPJs pertenciam a membros do próprio IAJA, o que configuraria o que ele chama de “pejotização”.

O ex-presidente relatou ainda que, ao se recusar a fazer tais transferências, passou a ser alvo de uma série de retaliações políticas. “Quando percebi que os recursos estavam sendo direcionados de forma indevida e comecei a me negar a fazer as transferências, foi quando a violência política da Anne Moura se intensificou”, afirmou Rodrigues em sua nota.

O desmantelamento do IAJA e a violência política

Marcos Rodrigues ainda acusa Anne Moura de manipular o instituto e seus projetos, afirmando que a atual liderança utilizaria o IAJA como uma plataforma para “captar recursos e distribuir para empresas parceiras”, e não para cumprir com os objetivos sociais e culturais para os quais o instituto foi criado. Ele descreve o ambiente como sendo controlado por Moura, que teria como único foco a manutenção de seu poder político e não o cumprimento das finalidades públicas dos projetos.

Em um trecho de sua nota, Rodrigues afirma que foi “traído” pela própria percepção de que estava participando de um projeto de transformação social, no qual investiu sua vida e trabalho. “Saio desvalorizado e desacreditado pelos meus pares, e para Anne Moura sou apenas um CPF cancelado, que não se encaixou nos seus interesses pessoais”, desabafou o ex-presidente do IAJA.

Veja a nota:

A resposta do IAJA e a defesa de Anne Moura

Por outro lado, a atual diretoria do IAJA, sob a presidência interina de Samara Pantoja Marinho, divulgou uma nota explicando a decisão de expulsão de Marcos Rodrigues. A nota, assinada por Samara, alega que a expulsão foi baseada em motivos de “conhecimento amplo e interno” e que a decisão foi tomada de forma legítima e regida pelo estatuto do instituto. No entanto, a nota não especifica quais seriam os “motivos internos” que levaram à exclusão de Rodrigues, o que tem gerado ainda mais especulação sobre a situação.

A defesa jurídica do IAJA, conduzida pelo advogado Silas Ezequiel de Oliveira Franco, também afirmou que tomaria as “medidas cabíveis” caso as acusações de Rodrigues fossem veiculadas de forma indevida nas redes sociais e na imprensa. A diretoria do IAJA ainda ressaltou que as tratativas internas são protegidas por sigilo e que a decisão foi tomada para proteger a “saúde financeira e moral da instituição”.

Veja:

 

O futuro do IAJA e da esquerda amazonense

Esse episódio expõe uma fissura dentro do movimento de esquerda no Amazonas e coloca em questionamento a gestão de um dos principais institutos voltados para a juventude na região. O IAJA, que tem sido um importante agente de promoção cultural e política, agora se vê dividido e questionado. As denúncias de Marcos Rodrigues, se confirmadas, podem abalar ainda mais a credibilidade de uma instituição que, por anos, se apresentou como um símbolo de luta e transformação social.

Enquanto o caso ganha repercussão, tanto no meio político quanto nas redes sociais, fica a expectativa sobre as medidas que serão tomadas pelas autoridades competentes para investigar as alegações de desvio de recursos públicos e as responsabilidades de todos os envolvidos.


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