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‘Desgaste’: Bolsonaro e Marcos Pontes se desentendem sobre apoio a Davi Alcolumbre na presidência do Senado

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'Desgaste': Bolsonaro e Marcos Pontes se desentendem sobre apoio a Davi Alcolumbre na presidência do Senado

Brasil – A disputa pela presidência do Senado em 2025 tem provocado tensões no Partido Liberal (PL), expondo divergências entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o senador Marcos Pontes (PL-SP). O ponto central do conflito é o apoio do PL à candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), defendida por Bolsonaro, enquanto Pontes insiste em manter sua própria candidatura.

Na última terça-feira (21), Bolsonaro afirmou em entrevista que a posição de seu partido é estratégica: “A eleição para o Senado está definida. Se você não apoiar o candidato com chances reais, perde-se a mesa e as comissões. Apesar de termos uma das maiores bancadas, ficamos de fora das decisões”. O ex-presidente criticou duramente Pontes, afirmando que o senador “sabe que não tem chance”.

Candidatura independente

Marcos Pontes, por outro lado, argumenta que sua candidatura é baseada em princípios e em pautas que considera cruciais. Em declarações nas redes sociais, Pontes disse: “Eu respeito a decisão do partido, mas ajo conforme minhas convicções. Estou aqui porque acredito que o Senado deve ser independente”. O senador também destacou preocupações com a gestão de Alcolumbre em temas sensíveis para a direita, como o impeachment de Lula e a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Nos bastidores, aliados de Bolsonaro criticam a postura de Pontes, com alguns chamando sua iniciativa de “ingratidão”. Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil, ironizou a candidatura do astronauta: “Se for candidato, vai ter o mesmo número de votos que teria se fosse de foguete para a lua: só o dele”. Já Rodrigo Simon, assessor de Pontes, acusou Bolsonaro de apoiar “o sistema”, em vez de priorizar as demandas da direita.

A situação também é agravada pela medida cautelar imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, que impede Bolsonaro de se comunicar com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, dificultando a unificação das estratégias dentro do partido.

A divisão entre Bolsonaro e Pontes reflete os desafios enfrentados pelo PL na tentativa de consolidar lideranças e garantir espaço no Senado. Bolsonaro argumenta que apoiar Alcolumbre é uma escolha pragmática para assegurar maior influência, enquanto Pontes insiste que sua candidatura é uma questão de princípio.

Com as eleições para a presidência do Senado marcadas para o próximo dia 1º de fevereiro, o futuro das relações entre Bolsonaro e Pontes permanece incerto, mas o embate já evidenciou as fragilidades internas no partido e a dificuldade de alinhar interesses em um cenário político cada vez mais polarizado.


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