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Vulgo “Morena Perigosa” é presa após dar ordem para que facção colocasse fogo em frota de ônibus em Porto Velho; veja vídeo

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Vulgo "Morena Perigosa" é presa após dar ordem para que facção colocasse fogo em frota de ônibus de Porto Velho; veja vídeo

Brasil – Porto Velho enfrenta uma das suas piores ondas de violência em anos, com ataques coordenados por facções criminosas em retaliação às ações da polícia. A situação chegou ao ponto de ônibus serem incendiados e o transporte público paralisado, colocando em xeque a segurança na capital de Rondônia.

Na noite de terça-feira, 14, policiais do Batalhão de Patrulhamento Tático de Ação de Reação (BPTAR) prenderam Nádia A. O., de 25 anos, conhecida como “Morena Perigosa”, apontada como líder do Comando Vermelho na região. Procurada pela Justiça, Nádia foi capturada em frente a uma residência no bairro Igarapé, zona leste da cidade. De acordo com as autoridades, ela seria responsável por ordenar diversos ataques à frota de ônibus de Porto Velho, incluindo o mais recente atentado.

Ataque coordenado na madrugada

Nas primeiras horas da quarta-feira, 15, seis ônibus da empresa Amatur Turismo foram completamente destruídos por um incêndio criminoso no bairro Aeroclube. Os criminosos invadiram o pátio da empresa e lançaram coquetéis molotov nos veículos, que haviam sido adquiridos recentemente. Apesar da destruição, ninguém ficou ferido.

O empresário Remídio Monai, dono da Amatur, lamentou o prejuízo. “A gente investe em ônibus, pagamos os maiores impostos do mundo, rodamos nas piores estradas do mundo e somos surpreendidos com essa ação lamentável que desestimula quem tenta fazer um trabalho correto. É lamentável”, declarou.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas, e a área agora está isolada para as investigações. A Polícia Militar realizou buscas na região em busca dos suspeitos, mas até o momento não houve prisões relacionadas ao ataque.

Guerra declarada entre facção e segurança pública

Os ataques em Porto Velho são reflexo de uma escalada de violência entre o Comando Vermelho e a segurança pública de Rondônia. Desde segunda-feira, 13, a região tem enfrentado sucessivas retaliações criminosas. No epicentro do conflito está o Residencial Orgulho do Madeira, um conhecido reduto da facção.

O assassinato do cabo da PM Fábio Martins, alvejado com seis tiros na cabeça dentro do residencial no domingo, 12, desencadeou uma megaoperação policial no local. Desde segunda-feira, diversas prisões foram realizadas, além da morte de um traficante em confronto com a polícia.

Em resposta, faccionados intensificaram os ataques, mirando ônibus públicos e particulares. A Secretaria Municipal de Trânsito (Semtran) e a Companhia de Ônibus Municipal (COM) anunciaram a suspensão total do transporte coletivo na capital. Segundo relatos, motoristas estão temendo por suas vidas e mantêm os veículos recolhidos nas garagens.

Ação das autoridades

A polícia prometeu intensificar as ações para conter os ataques e devolver a normalidade à capital. “Não vamos recuar diante dessas ameaças. O Comando Vermelho será desarticulado”, declarou o porta-voz da PM.

Entretanto, a população de Porto Velho segue temerosa. Com o transporte paralisado e a violência atingindo patamares alarmantes, moradores cobram respostas rápidas e eficazes das autoridades.

Enquanto isso, o estado de alerta continua, com a cidade tentando resistir em meio ao fogo cruzado entre a criminalidade e a segurança pública.

Guarda Nacional

O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai enviar a Rondônia um efetivo da Força Nacional. Os agentes da tropa federativa chegarão ao estado nos próximos dias, com a missão de auxiliar os órgãos de segurança pública estaduais a conter os ataques criminosos registrados nos últimos dias, na capital, Porto Velho, e em ao menos mais uma cidade, Mirante da Serra.

O emprego da Força Nacional por 90 dias foi autorizado pelo ministro Ricardo Lewandowski, a pedido do governo estadual. Os agentes atuarão nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e garantia da segurança das pessoas e patrimonial. Por motivos estratégicos, o ministério não divulga o número de agentes mobilizados.

Ataques orquestrados a ônibus vêm alarmando a população de Porto Velho. A cidade amanheceu sem transporte público nesta terça-feira (14). Temendo pela integridade de motoristas, cobradores e dos usuários, rodoviários decidiram recolher os ônibus logo nas primeiras horas da manhã. Pouco depois, o prefeito da capital rondoniense, Léo Moraes, pediu ao governo estadual que reforce a segurança pública na cidade a fim de garantir a ordem e o funcionamento do transporte público.

No ofício que enviou hoje ao governador Marcos Rocha e ao secretário estadual da Segurança, Defesa e Cidadania, Felipe Bernardo Vital, o prefeito atribui a “recente onda de ataques” a facções criminosas. Ao menos três ônibus foram incendiados em Porto Velho, além de um ônibus e um caminhão em Mirante da Serra, município a cerca de 390 quilômetros da capital.

De acordo com autoridades locais, os ataques e as ameaças a trabalhadores são uma reação à Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, cuja primeira fase foi deflagrada no fim de 2024. Concentrada em conjuntos habitacionais que, segundo a Polícia Militar (PM), são dominados por organizações criminosas, a operação já resultou na retomada de cerca de 70 apartamentos invadidos por bandidos que expulsaram os moradores, bem como na apreensão de drogas e armas.


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