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Dólar sobe a R$ 3,54 após BC voltar a atuar no câmbio; Bolsa cai

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RIO – O dólar comercial opera em alta de 0,45% nesta quarta-feira, cotado a R$ 3,545 para venda, depois de o Banco Central (BC) voltar a intervir no câmbio para evitar desvalorização mais intensa da divisa americana. Ontem, em sessão de maior otimismo no exterior e ausência de intervenções pelo BC, a moeda recuou 1,91% ante o real, fechando a R$ 3,529. O dólar chegou hoje a subir a R$ 3,568, mas perdeu força depois de o petróleo começar a se valorizar após divulgação de dados que mostram queda na produção americana da commodity.

No início da manhã de hoje, a autoridade monetária realizou leilão de 20 mil contratos de “swap cambial reverso”, operação que equivale à compra de dólares no mercado futuro. Assim, o BC enxugou US$ 992,4 milhões do mercado. Na segunda-feira, um dia após o “sim” da Câmara dos Deputados ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, as operações realizadas somaram US$ 3,427 bilhões.

Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recua 0,26%, aos 53.571 pontos. A terça-feira a Bolsa subiu 1,54%, aos 53.710 pontos, puxada pelo desempenho dos papéis da Vale e Petrobras.

— O BC já sinalizou que vai atuar sempre que o dólar estiver nesse patamar de R$ 3,50. O órgão não quer que a moeda fure esse patamar. Na Bolsa, o mercado está realizando um pouco de lucros depois de ontem. A parte econômica está meio que dada, então não vejo nenhum movimento de mudança de expectativas por causa dos dados de inflação e emprego divulgados hoje. O mercado está observando mesmo é a formação da equipe econômica de um eventual governo Temer — avaliou Ricardo Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos.

A taxa de desemprego no país aumentou mais uma vez e ficou em 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro, segundo o IBGE. É o pior resultado da série iniciada em 2012 e levemente acima do que os analistas esperavam (10,1%). A população desocupada totalizou 10,4 milhões no período e cresceu mais de 40% em um ano. Já a prévia da inflação oficial do país, o IPCA-15, acelerou e veio acima do esperado, ficando em 0,51% em abril.

Entre as ações, pressionam para baixo o índice Ibovespa as ações dos bancos. O Banco do Brasil ON recua 2,27% (R$ 21,48), enquanto o Bradesco cai 1,33% (R$ 25,77). O Itaú Unibanco PN tem baixa de 2,46% (R$ 32,08), e a unit do Santander, de 0,28% (R$ 17,38).

A Petrobras tem dia volátil, sendo influenciada pelo comportamento do petróleo. A estatal recua agora 1,13% no papel ON (R$ 12,23) e 1,45% no PN (R$ 9,48).

Na outras ponta estão as ações da Vale, com o papel ON avançando 3,91% (R$ 21,25) e o PN subindo 3,66% (R$ 16,42). A companhia é favorecida pelo comportamento do minério de ferro, que registrou nesta quarta sua terceira alta forte diária consecutiva. A tonelada do produto avançou 3,05%, a US$ 64,77, maior patamar em dez meses, com a recuperação da demanda da China pela commodity. Hoje, também influenciou a cotação o fato de a mineradora BHP ter previsto que a produção de suas minas na Austrália Ocidental ficará em 260 milhões de toneladas este ano, 4% menos que a previsão anterior.


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