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Cautela política e Fed fazem dólar subir e voltar aos R$ 3,60

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SÃO PAULO – A aprovação da nova meta fiscal do governo, um déficit de R$ 170,5 bilhões, foi interpretada como a primeira vitória do governo interino de Michel Temer (PMDB) e contribui para os ganhos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O Ibovespa registrava, às 14h35, alta de 1,15%, aos 49.914 pontos. Já no mercado de câmbio, em um movimento de proteção, o dólar comercial passou a operar em alta de 0,67% ante o real, cotado a R$ 3,598 na compra e a R$ 3,600 na venda – na máxima, chegou a R$ 3,623.

Fatores internos e externos contribuem para a alta da moeda americana. Embora a aprovação da nota fiscal tenha sido considera essencial, os investidores querem maior detalhamento sobre os cortes de gastos. Além disso, por ser véspera de feriado, é natural um movimento de busca por proteção. Já nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed, o bc americano) de Dallas, Robert Kaplan, defendeu uma volta à normalidade da política monetária dos Estados Unidos.

— As declarações de Kaplan sugerem a elevação das taxas de juros no curto prazo e aqui o feriado de Corpus Christi, dia anterior a divulgação da segunda estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, levam os agentes a assumir posições defensivas em dólares. Ainda no exterior, o petróleo devolveu parte dos ganhos de início de sessão — afirmou Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.

O “dollar index’, calculado pela Bloomberg, registra leve recuo de 0,15%. O índice mede o comportamento do dólar na comparação com uma cesta de dez moedas.

META MAIS ELEVADA

A sessão que aprovou a elevação da meta fiscal durou mais de 16 horas e a votação simbólica só ocorreu durante esta madrugada. Na avaliação de Paulo Eduardo Nogueira Gomes, economista-chefe da Azimut Brasil, apesar das medidas de cunho fiscal apresentadas ontem pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a expectativa é em relação a ações mais concretas no que se refere ao corte de gastos.

— Ainda que positivas, as medidas de ontem tendem a ter impacto gradual. O mercado espera medidas mais concretas de corte de gastos no curto prazo, além da aprovação no Congresso das propostas de controle de gastos sugeridas pelo governo Temer — afirmou.

Os analistas da Yield Corretora, no entanto, lembram que apesar das medidas serem consideradas positivas, em especial a que impede o aumento real (acima da inflação) das despesas, os investidores ainda aguardam avanço de ações mais concretas e, especialmente, a apresentação das reformas da Previdência e das regras trabalhistas.

Entre as ações com maiores altas, destaque para os papéis da Petrobras. Os preferenciais da estatal têm alta de 2,57%, cotados a R$ 8,75, e os ordinários avançam 0,18%, a R$ 11,11. As ações dos bancos também sobem forte. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco têm alta de, respectivamente, 0,66% e 1,30%. No caso do Banco do Brasil, a alta é de 3,75%. Na terça-feira, o papel caiu 5,33% com o anúncio de que o governo irá usar os recursos do Fundo Soberano do Brasil, que está investido em papéis do banco, para melhorar as contas públicas.

EXTERIOR EM ALTA

Também contribui para a alta desta quarta-feira o mercado externo, em que os principais indicadores do mercado acionário operam em alta. O DAX, de Frankfurt, fechou em alta de 1,47%, e o FTSE 100, de Londres, teve elevação de 0,70%. O CAC 40, da Bolsa de Paris, registrou valorização de 1,13%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones sobe 0,95% e o S&P 500 tem valorização de 0,81%.

Silva, da Correparti Corretora de câmbio, explica que a liberação de uma nova parcela de ajuda financeira a Grécia contribui para esse bom humor no mercado externo. “Nesse cenário, as bolsas das principais praças na Europa e os futuros nos Estados Unidos operam no positivo, impulsionadas também pelo avanço do petróleo”, explicou, em relatório a clientes.

O petróleo tem um pregão de recuperação. O do tipo Brent sobe 1,25%, a US$ 49,22 o barril, após subir em torno de 2% no início dos negócios.


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