Caso Flávio Rodrigues: Onde está a Justiça? 5 anos de dor e impunidade do crim3 brut4l em Manaus
Manaus – A Missa da Saudade de cinco anos da morte do engenheiro Flavio Rodrigues dos Santos, de 41 anos, foi realizada no último domingo (25) na Paróquia Coração Imaculada de Maria, localizada no bairro Morro da Liberdade, zona Sul de Manaus.
Flávio foi brutalmente assassinado no dia 29 de setembro de 2019, em um evento que ocorreu na residência de Alejandro Valeiko, enteado do ex-prefeito de Manaus, Artur Neto. A cerimônia, além de homenagear a memória do engenheiro, foi mais um grito de dor de uma família que ainda clama por justiça.
O Caso Flávio Rodrigues: um crime que chocou Manaus
No dia 29 de setembro, Flávio estava em uma festa na casa de Alejandro, acompanhado de outros amigos. Segundo a investigação da Polícia Civil do Amazonas, os presentes consumiam bebidas alcoólicas e drogas quando uma discussão se iniciou. Flávio acabou esfaqueado, e seu corpo foi abandonado no bairro Tarumã, na Zona Oeste da cidade, próximo à residência de Alejandro.
Cinco pessoas foram denunciadas pelo crime, incluindo Alejandro e sua irmã, Paola Molina Valeiko. Também foram acusados José Edvandro Martins de Souza Júnior, Mayc Vinícius Teixeira Parede e Elizeu da Paz de Souza, este último policial militar lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus e responsável pela segurança de Alejandro.
Elizeu confessou ter removido o corpo de Flávio e o abandonado em um terreno, enquanto Mayc, lutador de MMA, admitiu ter desferido as facadas fatais. No entanto, em dezembro de 2021, a Justiça do Amazonas absolveu Paola Valeiko e impronunciou Alejandro Valeiko, determinando que os dois não fossem levados a julgamento. Elizeu e Mayc, por sua vez, serão submetidos a júri popular, enquanto José Edvandro também foi absolvido.
Cinco anos de dor e esperança por Justiça
Mesmo após cinco anos, o caso ainda não foi totalmente esclarecido e julgado, o que tem gerado revolta e tristeza entre os familiares e amigos de Flávio. Em diversas ocasiões, a família do engenheiro expressou seu descontentamento com a morosidade do processo penal, que já foi paralisado em diferentes momentos ao longo desses anos.
A Missa da Saudade não foi apenas uma cerimônia religiosa, mas também uma forma de manter viva a memória de Flávio e a luta por justiça. A família, que nunca deixou de buscar respostas, continua a cobrar que todos os envolvidos no crime sejam responsabilizados e que a verdade prevaleça.
O caso Flávio Rodrigues ganhou ampla repercussão na capital amazonense, não apenas pela brutalidade do crime, mas pela conexão dos acusados com figuras públicas influentes. A impronúncia de Alejandro Valeiko e a absolvição de Paola geraram questionamentos entre a população sobre a equidade e transparência do sistema judicial.
A Missa deste domingo, assim como os inúmeros atos realizados ao longo desses cinco anos, serve para lembrar às autoridades que a dor de uma família que perdeu um ente querido não pode ser silenciada pela impunidade. O desejo de justiça permanece forte, e a cobrança para que o processo seja concluído de maneira justa e célere continua sendo uma ferida aberta na sociedade manauara.
“Flávio Merece Justiça”
A frase, que tem sido ecoada por amigos, familiares e apoiadores da causa, reforça a esperança de que, um dia, todos os responsáveis pelo assassinato do engenheiro sejam devidamente julgados e condenados. Enquanto isso, Manaus acompanha de perto os próximos desdobramentos e se une à família de Flávio Rodrigues na luta por justiça.
A cidade espera que o desfecho desse caso não se perca no tempo e que as vidas devastadas por essa tragédia encontrem, finalmente, um sentido de reparação.