IBAMA avalia autorização para exploração de Petróleo na foz do Amazonas
Amazonas – O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) está próximo de conceder a autorização para a exploração de petróleo na foz do Amazonas, um projeto prioritário para a Petrobras. A declaração ocorre após dois anos de negativas do órgão ambiental, que segue avaliando as implicações ambientais da atividade.
De acordo com o ministro, a Petrobras forneceu, em dezembro, todas as informações complementares solicitadas pelo IBAMA, o que, segundo ele, justifica a expectativa pela liberação da licença. Silveira demonstrou confiança na decisão do presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, ao afirmar que “a Petrobras já entregou tudo que foi pedido”.
Em resposta, o presidente do IBAMA reiterou que a análise segue o fluxo técnico normal do órgão, reafirmando a independência do processo decisório. Desde maio de 2023, quando a primeira solicitação de licença foi negada, a Petrobras tem trabalhado para atender às exigências ambientais.
A pressão por parte de membros do governo para a aprovação da licença tem sido intensa, com tentativas de conciliação envolvendo até a Advocacia Geral da União (AGU). No entanto, a decisão final permanece sob responsabilidade do IBAMA, com base em critérios exclusivamente técnicos.
A discussão ocorre em um momento delicado, com o Brasil se preparando para sediar a 30ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP30). O evento tem como foco a transição energética e a descarbonização da matriz energética global, o que contrasta com os esforços pela exploração de combustíveis fósseis na região amazônica.
A foz do Amazonas é considerada uma área sensível do ponto de vista ambiental, com rica biodiversidade marinha. Críticos da iniciativa alertam para os riscos ecológicos e para a contradição com os compromissos internacionais do Brasil em relação à mitigação das mudanças climáticas. Enquanto isso, defensores do projeto argumentam que a exploração de petróleo na região pode impulsionar a economia nacional e garantir a segurança energética do país.