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Com salários atrasados há 7 meses, trabalhadores da saúde do Amazonas planejam paralisação; veja vídeo

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Amazonas – Na manhã desta terça-feira (3), profissionais da saúde do Amazonas se reuniram na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) para denunciar salários atrasados e cobrar condições dignas de trabalho. Representando o movimento ‘Todos pela Saúde’, o líder Denison Vilar, do Samu, declarou que uma paralisação será inevitável caso os pagamentos não sejam realizados antes do Natal e Ano Novo.

“É involuntário, nem que a gente não queira, vamos ter que parar”, afirmou Vilar, destacando o descaso enfrentado pela categoria. Muitos profissionais relatam estar há meses sem receber seus salários – com atrasos desde maio e setembro – e sobrevivem prestando serviços particulares fora do horário de expediente.

Vídeo: Amazônia Press. 

Trabalho sem pagamento: uma realidade inaceitável

Conforme os relatos, a situação é alarmante. Enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes sociais estão recebendo apenas o auxílio-transporte, insuficiente para manter suas necessidades básicas. “Estamos pagando para trabalhar”, disse um dos manifestantes.

Leila Mariano, assistente social que atua em um hospital público de Manaus, afirmou que os atrasos salariais são recorrentes há mais de dois anos, o que prejudica não apenas os trabalhadores, mas também a qualidade do atendimento à população. “Eles enrolam há dois anos. Entram novos trabalhadores, ficam dois ou três meses sem receber e vão embora. Essa rotatividade afeta todo o sistema de saúde”, desabafou.

Descaso generalizado 

O descontentamento dos trabalhadores foi ampliado pela ausência dos deputados estaduais na Aleam. Os parlamentares estavam na 27ª Conferência Nacional da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), o que os profissionais da saúde interpretaram como mais uma demonstração de descaso diante da crise enfrentada pela categoria.

Denison Vilar também criticou a falta de concursos públicos e apontou que muitos estão trabalhando sem remuneração na esperança de efetivação. “Sem direitos trabalhistas, sem auxílio-alimentação e sem pagamento, como alguém vai salvar vidas durante o Natal e o Ano Novo?”, questionou o líder do movimento.

Próxima manifestação 

Os trabalhadores anunciaram que retornarão à Aleam no dia 10 de dezembro, às 8h, para intensificar a pressão sobre os deputados estaduais e o governador Wilson Lima. Eles exigem não apenas os salários atrasados, mas também progressões, promoções e datas-base, que têm sido ignoradas pela atual gestão.

“Se não houver um posicionamento claro do governo antes do Natal, a paralisação será inevitável”, afirmou Denison Vilar, reforçando que a luta é pelos direitos básicos da categoria.

Com a saúde pública em crise e os profissionais à beira de uma greve, o governo de Wilson Lima enfrenta uma pressão crescente para resolver a situação e evitar um colapso nos atendimentos essenciais durante as festas de fim de ano.

 


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